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Português

52


Me destes as chaves
de todas as direções
e acendestes alguma coisa mágica
na extremidade
que pertencia ao céu.
Mas em que mar posso navegar
para frente e para trás
e retornar entre limites e novos horizontes
senão nesse que me penetra
como se tudo fosse um fim?
Esse teu mar que leva o tempo
e os seus desebsoc5 insensatos
até chegar ao êxtase
e restaurar todas as verdades que nos habitam
nas veias
e nos canais de irrigação.
Onde posso me perder
como em labirintos,
e misturar a fúria,
e espalhar o sentir e suas mensagens,
e enlouquecer
como o despertar da ternura?
Onde posso derrubar
esse meu jeito
essa dança doce
como uma noite no tempo?
Onde esse riso
que paralisa o pensamento
e essa luz que busca
qualquer paisagem
como um passado
de conhecidas palavras?
Tens a obrigação
de todos os atalhos
de derramar no tapete
todos os gritos que doem dentro.
De deitar sobre mim
com silencio e coragem
e deixar queimar todas as latitudes.
Todas as idéias de direção controlada
intenções de palavras e impossibilidades
com suas palavras mutiladas na hora da graça.
Diga
onde um mar assim selvagem
e sem racionalidade
senão em ti
que estás me ensinando a navegar?

Homem


Homem
de raízes
de sol e de vento
que habita meu sonho
com infinitas mãos
deixando no corpo
as marcas dos dedos
das águas
fazendo de mim
um conflito
de suor e névoas.
Homem
de asas
de perfume de noite
que me escutas o pulso e as veias
retalhando sulcos
e enchendo a minha casa
de voz e respiração.
Homem
que te refletes
nas margens da aurora
pele de amora
pintando estrelas
nos poros
no norte
que o vento anuncia.
Olhar que embala
o meu sangue de aço
e me prende em um abraço
lento
dançando louco
me inaugurando no teu amor.
Homem
que amo
mande embora a solidão
que me ameaça
e me cobre

no dia de graça.